domingo, dezembro 24, 2006

Reach - O que vem agora?


Reach em português quer dizer alcançar, chegar a algo, atingir um objetivo. Começei este blog pouco antes de começar o meu MBA aqui na França e é difícil de acreditar que esse MBA chegou ao fim na última quarta-feira, 20 de Dezembro, quando tive o meu último seminário. Oficialmente continuo com o status de estudante até Junho próximo, quando acontecerá a colação de grau oficial e também teremos a festa, porém as aulas já terminaram.

Objetivo alcançado! Sensação boa de dever cumprido e meta atingida.

A foto acima foi feita na última sexta-feira durante o nosso jantar de pré-formatura. Esse jantar foi feito porque dentre todos do grupo, uma boa parte das pessoas está partindo seja para os seus países de origem, seja para trabalhar em algum outro país e muitos não estarão presentes para a cerimônia oficial de formatura em junho.

Claro que a obtenção do MBA é um motivo de comemoração, mas depois de um ano e meio intensos, onde aprende-se muito, conhece-se muita gente interessante e de vários cantos do mundo e onde pensa-se muito o que fazer da vida depois que sairmos do curso; um laço forte passa a unir todo mundo e nessa hora notamos que não vai mais ser tão fácil marcar um jantar numa sexta-feira à noite para ver os amigos do MBA.

O jantar foi sensacional - o lugar era muito bonito e a comida estava ótima, mas o melhor mesmo foi reunir quase todo mundo do MBA para uma noite juntos, antes que o grupo se desfizesse. E além do mais, ainda tivemos uma cerimônia tipo Oscar onde fui eleito "Friendliest Male HEC MBA" e a Monica Cuello da Venezuela levou o mesmo prêmio para a categoria feminina.

Da minha parte, depois de 10 anos passando por Jundiaí, Curitiba, São Paulo, Santos, Copenhagen, Beirute, de volta pra São Paulo e depois Paris, a sensação foi de alívio de não ter que fazer as malas e partir novamente. Sinto-me feliz em poder ficar aqui em Paris e não ter que passar por uma fase de adaptação novamente. Está na hora de pensar em construir algo mais duradouro, fixar um pouco de raízes.

E agora a minha pergunta é: abri esse blog para poder compartilhar o meu trajeto aqui na França e pelo mundo durante o MBA. Com objetivo alcançado, qual será o destino do blog? Adorei ter feito esse blog - conheci gente nova através dele, mantive contato com os meus amigos e estou convencido que deveria ter feito algo assim antes, pois hoje é fácil entrar aqui e ver a retrospectiva de tudo o que aconteceu nesses últimos 18 meses comigo, ler os comentários, olhar fotos, recordar bons momentos e outros não tão bons assim...

Vou continuar atualizando este blog, só não sei se com a mesma frequência, afinal de contas a vida corporativa não deve me deixar tanto tempo livre e não sei quão interessante serão as histórias daqui pra frente.

O título vai continuar sendo o mesmo, mas preciso de uma nova descrição para o blog - qual será ela? Idéias são bem-vindas nos comentários.

E a todos vocês eu desejo um Feliz Natal e que 2007 seja pleno de novos objetivos e também de realizações!

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Yo no creo en las brujas, pero que las hay, las hay!!

Eu sou um pouco supersticioso. Assim como a maioria dos brasileiros também o são. Chega essa época de final do ano então, a coisa piora - roupa branca para a passagem do ano, pular 7 ondas na praia quando dá meia-noite, comer lentilha para ter dinheiro no ano seguinte e assim segue a lista...

Em 1999, eu fiz como manda o figurino, saquei minha moeda e atirei nas águas da Fontana de Trevi para um dia poder voltar à Roma. E lá estava eu no último final de semana, 7 anos depois da minha primeira visita à bela capital italiana, acho que estava ainda mais bonita de quando eu a vi pela primeira vez.

É impressionante como uma cidade foi construída ao lado de monumentos tão importantes e tão grandiosos.

Confesso que depois depois de todos esses anos, eu não tinha a imagem de Roma completamente nítida na minha memória, então sair do hotel no sábado de manhã e dar de cara com o Coliseu foi um enorme prazer. Ainda mais num dia que mais parecia de primevera do que de final de outono, com céu azul e sol brilhando.

Depois do Coliseu segui através do Foro Romano e diz a história que os conquistadores o atravessavam aos clamores e palmas do povo, porém o atravessavam com um escravo atrás dizendo "Lembre-se, você é mortal" para que eles não ficassem fora de si com tanta popularidade. Ali era o centro do poder de toda a região do Mediterrâneo e na época um dos locais mais importantes no mundo.

Passei ainda pelo Pantheon e pela Praça de Espanha, onde alguns milhares de romanos e turistas se misturavam tentando achar as melhores ofertas de Natal. E depois de um dia maravilhoso, era hora de tomar o metrô para seguir de volta ao hotel e é nessa hora que vi que nem tudo são flores em Roma. Milhares de pessoas tentando sair, enquanto outras milhares tentavam entrar na estação, tudo isso diante de UMA SÓ máquina que vendia bilhetes e trombadinhas para todo lado. Dei meia volta e segui a pé pela Via Veneto até a próxima estação.

O domingo também amanheceu com sol. Tomei café e segui para o Vaticano. Sem realmente ter planejado, chego perto do Vaticano e vejo um monte de gente correndo, entre elas algumas freiras filipinas e somente ao cruzar os arcos que levam à Praça de São Marco, noto que o papa está na janela abençoando todos os fiéis em várias línguas e pedindo paz no Oriente Médio. Não sei o que dizer do Vaticano, mas foi a segunda vez que lá estive e posso afirmar que pra mim existe algo de mágico no lugar, que sempre me trazem lágrimas aos olhos. A benção do papa eu dediquei ao meu pai, que queria tanto ter visto o João Paulo II em 1999, mas depois de 2 horas de atraso e nada do papa, tivemos que correr para a estação para tomar o trem para Veneza.

Assisti ao final da missa dentro da Basílica de São Pedro e de pude então compreender a sensação de paz daquelas brasileiras que saíram da Notre Dame, com a diferença de que eu não me coloquei lá na frente da igreja e nem tirei foto com flash do padre quando ele estava vindo dar a comunhão. E quando saí, uma chuva começava a cair sobre Roma. Segui pela avenida principal e notei uma enorme bandeira brasileira - trata-se da Embaixada do Brasil em Roma, em localização privilegiada, bem ao lado do Vaticano. Uma quadra depois, vejo a bandeira argentina, mas junto com a russa. Conclusão, nós estamos mais perto do Vaticano e não temos que dividir o prédio com ninguém.

No caminho de volta ao hotel, no qual tomei chuva sem parar e minha meia fazia "tschoc, tschoc" de tão enxarcada que estava, ainda passei pela Piazza Navona, mas a fonte que fica no meio dela e representa os grandes rios do mundo, está sendo restaurada.

E num parágrafo a parte vem a comida. Já acostumado com os preços parisienses, eu achava difícil acreditar que estava comendo tão bem e por tão pouco. Uma típica trattoria ao lado do hotel tinha uma comida tão boa, que os meus dois jantares foram nela. Comi uma das melhores panna cottas da minha vida e a pizza só perde para uma outra pizzaria numa pequena cidade no norte da Itália chamada Montebello, e nem estou dizendo isso porque o dono da pizzaria é o Henrique...

Enfim, Roma é maravilhosa e espero não ter que esperar mais 7 anos para revê-la. Por via das dúvidas, dessa vez joguei duas moedas na Fontana di Trevi, uma com a mão direita e uma com a mão esquerda. Afinal de contas no creo en las brujas, pero que las hay, las hay!

segunda-feira, novembro 27, 2006

Ando meio sem inspiração

Deve ser a falta de tempo. Ou também pode ser a chegada do outono, quase inverno aliás, com dias mais curtos e certamente mais frios. Talvez os dois. Mas o que é certo é que não tenho muito do que me queixar - como já havia anunciado antes, negociei o meu contrato com a Carlson Wagonlit Travel aqui em Paris para continuar trabalhando para eles depois do MBA. Vou dar continuidade ao projeto que comecei em Agosto, que agora deve atingir um status global e depois de termos dado o ponta pé inicial aqui na Europa, vamos começar o mesmo na América do Norte, América Latina (quem sabe eu não acabe numa viagem de negócios aí no Brasil) e Asia Pacífico.

Estou num departamento estratégico cujo objetivo é desenvolver a parte de venda de hotéis dentro do grupo, principalmente para os clientes atuais; mas como já havia mencionado antes, não acho apropriado ficar escrevendo muito sobre o que faço aqui no blog uma vez que várias das informações com as quais lido são confidenciais. E de qualquer maneira, não quero entendiar ninguém com histórias de trabalho.

Há dois finais de semana estive em Hamburgo. Foi a minha segunda vez por lá. A primeira tinha sido a trabalho em Janeiro de 2005 e fazia um frio "de cortar". E além do mais eu estava lá a trabalho. Dessa vez foi diferente, fui pra lá para rever o Renato e a Ane, que estiveram aqui em Paris para o show da Marisa Monte em Outubro. Os anfitriões não poderiam ter sido melhores e tomaram conta de todo o programa com muitíssimo esmero, que incluiu uma visita a Lubeck, onde come-se o melhor marzipã do mundo.

Ainda em Hamburgo assistimos a uma peça chamada Noises Off. Quando o Renato me convidou para ir assistir uma peça dirigida pela amiga dele, pensei "Xii, aí vem bomba", mas topei. Acabou sendo uma das melhores peças de comédia que eu já assisti e nós chegamos a chorar no teatro de tanto rir. Trata-se de uma peça dentro da peça, onde temos a impressão que os atores estão ensaiando para a noite de abertura, o que a torna difícil de ser encenada, porém extremamente divertida. Como o roteiro dessa peça já ganhou vários prêmios, se alguém tiver a oportunidade de ver uma das montagens, eu recomendo.

Já no último final de semana estive em Lille, onde tinha um aniversário. Talvez por estar ao norte, na fronteira com a Bélgica, eu sempre tive a impressão que Lille seria uma cidade feia e sem grande interesse.

Lille fica a 220 km de Paris, que o TGV faz confortavelmente em 1 hora (eita maravilha morar em país desenvolvido!). Ao sair da estação central de Lille, dou de cara com um chafariz em frente a uma avenida cheia de elefantes indianos em ambos os lados da rua. Ops, deixa eu corrigir, estátuas de elefante. Era como se estivesse na India, mas com pelo menos uns 20 graus a menos e com tudo organizado.

A cidade, que foi a capital européia da cultura em 2004, está promovendo esse ano o Lille 3000, que proporciona ao visitante uma viagem à India. Em 2008 será uma viagem ao Leste Europeu.

Eu infelizmente só tive tempo de visitar uma das exposições do evento, chamada "Bombay, Maximum City". Mesmo tendo as minhas reservas com a India, devo dizer que saí da exposição completamente encantado - trata-se de uma exposição onde podemos caminhar entre as obras, observar as esculturas e objetos expostos, chegar perto deles, colocar o fone de ouvido e assistir a um documentário cuja pequena televisão foi colocada dentro de uma lata e várias latas se enfileram, uma ao lado da outra, mostrando imagens e depoimentos de gente comum sobre as tradições indianas e como é a vida em Bombay. Outras obras contrastavam a pobreza com o desenvolvimento tecnológico do país. Uma maquete dá ao visitante uma idéia do que é um subúrbio em Bombay, que não é muito diferente de uma favela Brasileira e um documentário super interessante mostra um trem que circula por Bombay somente para mulheres, onde o papel desse trem passa de um mero meio de transporte para um ambiente social onde essas mulheres festejam casamentos, choram mortes, trocam confidências...

Enfim, fiquei estupefato com a exposição. E também sempre me surpreendo com a quantidade e variedade cultural a qual temos acesso aqui na Europa, talvez seja pela diversidade do Europeu, que está sempre curioso para discutir diferentes temas e ver o que se passa fora daqui.

Próximo final de semana fico aqui em Paris. E na semana seguinte tenho uma viagem a trabalho para Roma e Bari. Como irei pra lá na quinta e sexta-feira, aproveitarei para passar o final de semana em Roma, que só estive uma vez na minha primeira viagem à Europa em 1999, então estou louco para voltar pra lá e redescobrir talvez a segunda mais bela capital européia. Só pra evitar confusão, é óbvio que a primeira é Paris!

Última destino: Paris


5 horas de TGV separam Toulouse de Paris

Os três mosqueteiros com o Hôtel de Ville ao fundo

Renata, Amanda, Junior e Adam em frente ao Louvre

Momento de descontração em casa

Minha mãe e meu pai no Palácio de Versalhes

Família reunida para a foto com o Arco do Triunfo

Eu, Adam, Amanda, Mike e Patrick no Café des Anges, um dos meus bistrôs favoritos de Paris

Toulouse





terça-feira, novembro 21, 2006

Próxima parada: Carcassonne

Ahh, finalmente sol! E comida boa com preço razoável. Bom, razoável pelo menos para os padrões europeus. Nós adoramos Carcassonne, a cidade medieval é super bem preservada e domina toda a cidade.
O contratempo de ter que esperar uma hora pelo taxi no Aeroporto de Carcassonne para poder chegarmos ao hotel foi compensado com uma refeição tipicamente francesa, com entrada, prato principal e sobremesa. Essa região é conhecida pelo cassoulet (quem acompanha o blog desde o começo já conhece o cassoulet, até já comparei com o que a Tia Graça faz no Brasil...), que foi o que comemos naquela noite e estava fantástico!!






P.S. - Por algum motivo que desconheço, estou com problemas para continuar colocando fotos aqui no blog, então Toulouse e Paris terão que ficar para outro dia.

Finalmente as fotos da viagem da minha família aqui na Europa - Londres

Depois da minha festa de aniversário aqui em Paris, eu e a Débora tomamos o Eurostar para Londres.
O tempo estava péssimo, mas encontrar a minha família, que eu não via desde Fevereiro foi ótimo. E ainda revi bons e antigos amigos como o Dominik e a Cristina, que trabalharam comigo na Maersk e também encontrei com a Weikang, uma amiga chinesa que está fazendo estágio em Londres.
Na capital inglesa assistimos o espetáculo do Blue Man Group.

Toda a família reunida num pub depois do Blue Man para assistir a corrida da Fórmula 1 no Brasil

Meus amigos Dominik e Weikang

Eu e a Cris

sexta-feira, novembro 17, 2006

Hamburgo, aí vou eu...

Semana agitada e de grandes decisões e negociações. Aliás, para aqueles que não entenderam o paralelo abaixo do "Dia do Fico", aceitei a proposta da Carlson Wagonlit Travel, onde atualmente estou fazendo o meu projeto do MBA, para continuar trabalhando com eles depois de Janeiro. Certamente vou fazer um post especialmente para isso, porém ando completamente sem tempo.

E no fim de semana, quando teoricamente eu poderia sentar e colocar aqui as fotos da viagem com a minha família, contar mais sobre o que anda acontecendo por aqui, etc; não é exatamente isso que acontece. Daqui 15 minutos saio do trabalho e sigo direto para o aeroporto para ir passar o final de semana em Hamburgo, na casa do Renato. Então maiores notícias, só semana que vem.

Bom final de semana pra todos!

quinta-feira, novembro 16, 2006

Dia do Fico, versão MBA

Em 9 de Janeiro de 1822, D. Pedro I desobedeceu as ordens da Corte Portuguesa e disse que não retornaria ao seu país e ficaria no Brasil.

Depois de quase 18 meses no MBA e a aposta num sonho de longa data, ontem foi a minha vez de dizer "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação. Estou pronto! Digam ao Franceses que fico".

quinta-feira, novembro 09, 2006

Serviço personalizado


Enquanto todos os países reforçam as medidas de segurança com passaportes cada vez mais sofisticados, com identificação digitalizada entre outras coisas mais, aparentemente o Consulado do Brasil na França se importa mesmo é com um serviço diferenciado e personalizado - não sei precisar quão grande foi a minha surpresa ontem quando recebi o meu novo passaporte, devidamente renovado e escrito à mão! Um luxo nos dias atuais com tamanha tecnologia disponível.

O Brasil já passou a era da tecnologia e está focado no alto padrão de serviços - estratégia de diferenciação. Só torço para que os agentes aduaneiros dos países em que estarei com o meu novo passaporte possam entender a caligrafia da pessoa que emitiu meu novo passaporte e também a mentalidade avant garde das autoridades do nosso país.

domingo, novembro 05, 2006

O melhor aniversário da minha vida!


Comemoração com os amigos em HEC. Durante o jantar latino, a Labony me fez subir ao palco com 190 pessoas cantando "Parabéns a você" nas mais diferentes línguas pra mim. Não disse que o tal jantar era somente uma desculpa para festejar o meu aniversário? ;-)

Débora, namorada do meu irmão, que tinha acabado de chegar em Paris e veio direto pra festa, Ling, Puvadol, eu e a Labony.

Turma do MBA durante o jantar.

Jantar no L'Area, o melhor restaurante brasileiro em Paris, com os melhores amigos! Só pra deixar claro, faltaram alguns nessa festa, que por impossibilidade de lomocação geográfica, não puderam estar presente!

O cardápio foi composto de pratos dos 3 países em que vivi e que contam boa parte da história dos meus 30 anos - de entrada mezzes libaneses, feijoada brasileira de prato principal e um bolo de macarron da Maison La Durée e champagne franceses de sobremesa.


Nos divertimos muito! Foi certamente o melhor aniversário que já tive - muito obrigado a todos vocês que ligaram e escreveram e principalmente os que puderam estar aqui comigo!

quinta-feira, novembro 02, 2006

Estou de volta

Depois de um longo período sem passar por aqui, estou de volta. De volta das férias e das viagens, que por sinal foram ótimas, e de de volta ao trabalho, que começou hoje com o vice-presidente da empresa praticamente me esperando na minha mesa para uma reunião antes mesmo que eu pudesse ligar o meu computador.

Voltarei a escrever com mais detalhes sobre a viagem com a minha família e também aproveitarei o final de semana para publicar algumas fotos, mas todos já se foram e eu já estou com saudades...mas como disse meu pai, Paris vai virar "caminho da roça" e logo feriado prolongado pra família De Paulo vai ser o trecho GRU-CDG!

E aqui na Europa parece que o frio chegou de vez, já precisamos ligar aquecedor para dormir e a noite de hoje está prometendo chegar perto dos zero graus...bom, pelo menos os dias ainda estão com bastante sol e convenhamos que um bonito dia de inverno até que tem suas vantagens, certo?

Amanhã tenho bilhetes para uma das óperas mais concorridas da temporada aqui em Paris - Cosi fan tutte, que será encenada no Palais Garnier, ao contrário da maioria das óperas que hoje são encenadas na Opéra Bastille. Para quem não conhece, o Palais Garnier é o prédio da ópera tradicional aqui de Paris, suntuoso, com lustre enorme e arquitetura daqueles que a gente vê em filmes. Claro que as óperas encenadas na Bastille são mais confortáveis e dizem que a qualidade musical é superior, mas só pelo fato de estar no Palais Garnier já vale a pena o espetáculo.

Como disse, maiores novidades e fotos a seguir.

domingo, outubro 22, 2006

Ja estou em Londres

Tive a melhor semana de aniversario da minha vida!! Agora estou sem tempo para escrever os detalhes das comemoracoes, mas posso assegurar que elas foram muitas e todas super legais...

Cheguei em Londres ontem a tarde e ja encontrei com a minha familia e com o meu amigo Dominik, escreverei mais detalhes quando voltar de ferias.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Convite

Está oficialmente aberta a semana de comemorações dos meus 30 anos! É isso mesmo, esse ano não vai ser o dia do meu aniversário, mas sim a semana do meu aniversário.

Eventos é o que não faltam nessa semana, inclusive com a presença de toda a trupe De Paulo, que na quinta-feira ruma para o Aeroporto de Guarulhos para tomar um vôo para Londres, onde eu irei encontrá-los no sábado, depois do meu seminário HEC. A Débora, namorada do meu irmão, virá diretamente a Paris e poderá aproveitar as festas que teremos aqui antes de irmos para Londres no próximo final de semana.

Ao contrário a muita gente, eu gosto de comemorar o meu aniversário e é engraçado que cada ano que passa eu nunca penso que gostaria de voltar atrás. Certamente tive épocas ótimas na minha vida, tive tantas que não conseguiria nem nomear todas, mas minha vida foi sempre se transformando e trazendo novos desafios e novas experiências que o que eu gosto mesmo é do HOJE e de uma certa forma, de um futuro não muito distante. Gosto de sonhar também, sonhar com o que pode vir a acontecer, mas com muito custo aprendi a não fazer desses sonhos business plans inflexíveis, e dessa forma consigo aproveitar melhor as coisas da forma como elas vêm.

Vou comemorar o meu aniversário aqui na França esse ano e espero "ficar mais velho" assim como os vinhos franceses que passam anos naqueles barris de carvalho antes de irem pra garrafa e depois passam ainda mais alguns anos antes de serem finalmente degustados. Pra mim tem sido uma experiência riquíssima de muito aprendizado e novas descobertas.

E como essa semana promete ser super agitada, não sei quando terei oportunidade para atualizar o blog novamente, pois terei seminários em HEC de quinta-feira até sábado, portanto aqueles que forem me ligar na quinta-feira, estarei em aula das 09:00 às 19:00, com celular desligado. Só voltarei a ligá-lo quando estiver fora da sala de aula. Daí o programa segue assim:

21-23 Out - Londres
23-24 Out - Carcassonne
24-25 Out - Toulouse
25-30 Out - Paris
30-31 Out - Vale do Loire
31 Out - 01 Nov - Paris

E no dia 01 de Novembro acabam as minhas férias. Não a da minha família, que ainda segue para os Estados Unidos antes de aterrisarem em São Paulo no final de semana seguinte.

P.S. - Só lamento não ter todo mundo que eu realmente gosto para poder ir jantar comigo e poder celebrar esta data. Mas juntar todas essas pessoas seria uma tarefa realmente difícil, não importa onde eu esteja no mundo...

segunda-feira, outubro 09, 2006

Marisa Monte e o último desafio em Paris

Sul americano tem esse defeito (ou seria peculiaridade?) de estar sempre atrasado. Quase meia-hora já tinha se passado das 20:00 e nada ainda. Todos estavam inquietos à espera de ver a Marisa entrar no palco. Ninguém viu nada, ouvimos. Marisa Monte inundou o Grand Rex em Paris no último sábado com a sua voz cantando “Infinito Particular” num breu total, o show começa completamente no escuro e só temos a oportunidade de vê-la no palco com a banda ao seu redor quando vai começar a segunda música.

O público já estava ao delírio e todo mundo estava sentado na ponta da cadeira como dando atenção extra ao show. As músicas de Marisa Monte já são tão boas no CD que fica difícil de acreditar que o show possa ser melhor, mas é! Marisa cativa. Falou com o público em francês, apresentou seus músicos e esbanjou sensualidade com os seus braços enquanto cantava. Divina. Uma deusa que guarda a humildade dos mortais e com isso cativa ainda mais aqueles que já são seus fãs e faz com que os que ainda não a conhecem, a amem imediatamente.

Marisa Monte encheu meus olhos de lágrimas ao cantar uma música que eu nem mesmo conhecia, tamanha a expressão e sentimentalidade que ela coloca em sua voz e nas letras de suas músicas. Cantou várias canções dos novos CDs – Infinito Particular e Universo ao meu Redor – mas também nos presentou com velhas canções de Barulhinho Bom; Memórias, Crônicas e Declarações de Amor e Tribalistas. Velha Infância foi cantada em coro!

Como se o show em si não bastasse, a companhia não poderia ter sido melhor. Vários amigos foram e alguns inclusive vieram da Alemanha. Até o Georges que está fazendo intercâmbio nos Estados Unidos marcou a volta à Paris para coincidir com o show!

No final de semana estavam aqui o Renato, a Ane (que trabalha com o Renato em Hamburgo), a Roberta, que sempre deixa comentários aqui no blog e eu ainda não conhecia, e o Mauro (namorado da Roberta). Teve também a Anna, que trabalhou comigo na Maersk Brasil e agora está em Copenhagen, que estava em Paris no final de semana com o Daniel – uma pena que eles não conseguiram ingressos para o show!

No meio de todo esse povo, o meu desafio era fazer a Roberta gostar de Paris. Ela detestou Paris na primeira vez que veio. Aliás, vocês notaram que mudar a opinião das pessoas sobre Paris foi uma saga neste ano?

Mas esse foi sem dúvida o mais difícil desafio até agora, uma vez que a Roberta não dava o braço a torcer e fica com aquele olhar sempre meio desconfiado. Porém não demorou muito para que ela ir amolecendo e vendo a cidade com outros olhos – num típico final de semana de outono com céu azul, sol, boa companhia, boa comida e Paris como pano de fundo; ela até tentava dizer que tinha mudado o conceito da cidade, mas que ainda não era sua preferida, bla, bla, bla...as palavras tentavam esconder o que o olhar entregava (e eu tenho testemunhas para comprovar!).

Missão cumprida (e creio que essa foi a última!). Save the best for last!

Fotos do final de semana em breve.

quinta-feira, outubro 05, 2006

As fotos do Mont St. Michel e St. Malo






Olha o tamanho da omelete!!



O Atlântico visto de St. Malo

quarta-feira, outubro 04, 2006

Mont St. Michel

No último final de semana fui com o Mike e o Puvadol ao Mont St Michel. Trata-se de uma viagem que queria fazer há muito tempo, portanto nunca tinha tido uma oportunidade.

O Mont St. Michel foi construído no ano 704 (impressionante!!) e é o segundo monumento mais visitado na França, inclusive acredito que seja bem conhecido dos Brasileiros, uma vez que ouvi bastante o português por lá. E olha que não é um lugar tão fácil assim de chegar - nós por exemplo alugamos um carro e dirigimos umas 4 horas de Paris para chegar lá. Outra alternativa é ir de ônibus ou para ir de trem as melhores alternativas são St. Malo ou Rennes e depois tem um ônibus que leva ao Mont St. Michel.

A construção em si é magnífica, seja pela imponência, seja pela resistência ao tempo, seja pela genialidade arquitetônica (quando se passa de um ambiente ao outro, é possível observar a diferença na entrada de luzes nos ambientes, a acústica - na enorme sala de jantar um orador poderia facilmente fazer um discurso sem microfone que qualquer um entenderia), seja pelo caráter religioso ou ainda pelo fato único de estar posicionado numa pequena ilhota que parece estar em terra firme, mas que com a subida da maré (que é comparada ao galope de um cavalo, devido à rapidez com que sobe) se transforma numa ilha. Hoje existe uma pequena rodovia que chega aos pés do Mont St. Michel e que conta com um estacionamento ao lado, mas pelo que ouvimos isso deixará de existir em breve e o monte voltará ao estado original. E ainda ouvimos que na época da maré alta, quando a água invade o estacionamento, pode-se ver alguns carros boiando (turistas desavisados que não acreditaram nas placas informando o horário em que deveriam tirar seus veículos de lá). Segundo a guia que fez o nosso passeio, no mês passado um ônibus conduzido por um motorista inglês partiu mar adentro!

Apesar de toda essa magia do local, devido ao escandaloso número de turistas para um pedaço de terra tão pequeno, na rua principal do Mont St. Michel a gente tem a impressão de estar caminhando pela Main St. Disneyland - cheia de lojinhas de souvenirs, restaurantes para todos os lados e alguns poucos hotéis 2 * com diárias abusivas (quarto duplo por EUR 125, que tal?). Mas enfim, eu quis ficar num hotel no Mont St. Michel justamente para poder aproveitar a quietude do local depois das 17:00 quando todo mundo fosse embora e é verdade que vale a pena passar uma noite por lá, ver a iluminação do local e degustar a famosa omelete do "La Mère Poulard", o hotel restaurante do Mont St. Michel que chega a ser tão famoso quanto o próprio monte.

A famosa omelete até que é boa, mas pelo preço que se paga por ela (entre EUR 45 e EUR 48!!!!), trata-se de uma dessas experiências que realmente vai ser única, pois eu só voltarei novamente se for convidado por alguém.

Aproveitamos e também conhecemos a cidade de St. Malo, que fica beira-mar. Linda cidade "intra-muros", cheia de bons restaurantes, cafés, lojas e uma igreja magnífica.

O único problema disso tudo foi que na região da Bretanha/Normandia o tempo é super instável - quando chegamos no sábado à tarde o céu estava encoberto, durante a visita ao Mont St. Michel choveu torrencialmente e quando terminamos a visita o céu estava claro e o sol brilhava. Super estranho. E ainda por cima me deixou deprimido o fato da temperatura por lá já estar como vai estar aqui em Paris daqui a uns 2 meses (pelo menos eu espero!). Então quando cheguei de volta aqui em Paris parecia estar voltando aos trópicos - que mudança de paradigmas!

PS - Tentei colocar as fotos junto com o texto, mas por alguma razão que desconheço não consegui fazer isso ontem, então as fotos virão depois.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Peculiaridades de Paris - Globalização

Um sujeito pára e fuça nos bolsos para encontrar um troco para poder dar ao mendigo, um senhor barbudo, todo despenteado, sem tomar banho no meio da Rue Rambuteau de pé e com a mão estendida.

Ao encontrar as moedas e colocá-las na mão do pedinte, o mesmo diz "thank you" ao invés de "merci".

Voilà, época de globalização e competição acirrada - até mendigo tem que falar inglês pra continuar sobrevivendo!

sábado, setembro 23, 2006

Fazendo a diferença

Não que eu quera mudar, mas mesmo que quisesse, agora seria um pouco tarde. Com um grau de bacharel em Administração e agora prestes a pegar o meu diploma de mestrado em Administração, o meu futuro é fazer negócios, moviementar dinheiro, gerar lucro para as empresas.

Para que o parágrafo acima não soe de forma negativa, quero esclarecer que estou feliz com a minha escolha e até então tive prazer onde trabalhei e gosto do que faço. Mas uma pergunta sempre me vem à cabeça de vez em quando: como eu posso fazer a diferença no mundo? O que eu posso fazer para ajudar as pessoas. Tudo bem que os administradores geram negócios, que movimentam a economia, que em contra-partida geram novos empregos, etc, etc. Mas tudo isso acontece num nível muito macro e dificilmente conseguimos ver as consequências concretas das ações diárias do nosso trabalho. Ou ao menos do meu.

É muito fácil entender do que estou falando: um(a) professor(a) na sala de aula está em contato frequente com os seus alunos e pode acompanhar o aprendizado deles e ver o resulado concreto de suas ações e que através da educação que está passando para esses alunos eles irão se desenvolver, pensar, questionar, progredir. E dessa satisfação eu posso falar com conhecimento de causa da época em que dava aulas de inglês para os sobrinhos da minha prima lá em Curitiba para ganhar uma grana na época que eu estava na faculdade.

Outro exemplo óbvio são as pessoas que trabalham para organizações internacionais como a ONU por exemplo. Os médicos, que lidam com a vida humana diariamente.

Há pouco mais de um ano quando viajei com a minha amiga Dani, eu a vi escrevendo um cartão postal para mandar para as crianças de uma escola onde a irmã dela, a Juliana, trabalha. Meses depois eu fiz uma viagem ao Líbano e resolvi fazer o mesmo e enviei um cartão para essas crianças. Foi o primeiro cartão postal internacional que as crianças receberam. Quando soube da repercussão que esse cartão teve com essas crianças da 2º série de um colégio público de Cajamar, fiquei felicíssimo que esse gesto tão simples pudesse ter causado neles tal efeito.

A Juliana me contou que eles ficaram super curiosos para saber onde ficava o país no mapa, que língua eles falavam, como eu me comunicava com eles, qual era a bandeira do país, etc. Então quando soube disso, resolvi continuar me comunicando com essas crianças através dos cartões postais e cada vez que viajava, mandava um cartão para eles. O melhor foi quando a Dani veio me visitar no final do ano passado e com ela trouxe um pacote de cartas escritas pelas crianças endereçadas a mim.

Era incrível ver a naturalidade e a inocência com que me escreviam e como através desse gesto eu criei um vínculo com elas. As perguntas na carta eram as mais variadas, entre elas queriam saber se eu gostava de bolo de chocolate, como se chamavam meus pais, se eu tinha irmãos, se eu era rico, quando eu iria ao Brasil novamente, entre muitas outras. E gostei também de saber que todas as meninas da escola tinham me achado bonito!

Pouco antes do verão iniciar aqui na Europa e todo mundo partir para as férias, pensei, por que não estender esse ato aos meus amigos, afinal de contas, eu já estudei com gente de mais de 40 nacionalidades na Dinamarca e estou num ambiente similar agora no MBA. Foi exatamente isso que fiz – mandei um e-mail para toda a minha rede de contatos explicando o feito com as crianças e pedindo para que esses meus amigos mandassem um postal para essas crianças mostrando algo típico do país onde estavam, que escrevessem um pouco da cultura do país, das comidas, da língua, da vida deles, enfim contando algo que despertasse o interesse dessas crianças a continuar na sala de aula, de questionar, de saber que o mundo está cheio de oportunidades para elas.

Soube que as crianças e a Juliana já receberam cartões postais de Cingapura, da Finlândia, da Alemanha, da Grécia, da Dinamarca e vários outros devem estar a caminho.

Há pouco mais de uma semana recebi um e-mail da Juliana agradecendo pelos cartões e contando que ela tinha sido transferida para ir dar aula em uma outra escola.

No e-mail ela me disse que as crianças diziam “Tia, e agora, o Alan vai continuar escrevendo pra gente?” e estavam preocupadas em saber se quando os cartões chegassem se a nova professora iria entregá-las.

Resumo da história, no último dia da Juliana, as crianças não vieram à escola. Nenhuma delas. Essas crianças, acompanhadas dos pais, foram protestar para que a Juliana ficasse. Como para isso havia a necessidade de aprovação de alguém superior, o caso foi devidamente encaminhado e aprovado e lá está a Juliana continuando o seu trabalho com essas crianças.

Então essa história é para parabenizar a Juliana por estar educando essas crianças com paixão, visando o desenvolvimento delas e mostrando que caso elas queiram, elas vão conseguir ter uma vida melhor do que a dos pais delas. O primeiro resultado concreto pode ser visto agora com o fato de ela ter ficado na escola. Aqui fica a minha admiração e o meu agradecimento por ter me dado a oportunidade de participar desse projeto com você e não se preocupe porque esses meninos e meninas continuarão recebendo fotos e histórias dos quatro cantos do planeta.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Saiu no Wall Street Journal

Abaixo segue o link para o artigo que saiu no Wall Street Journal do dia 12 de Setembro em que eu fui mencionado devido à uma entrevista feita com Ron Alsop.

A entrevista fala de como os MBA estão inovando para ensinar os alunos de forma diferente e criativa e o que se espera desse tipo de atividades e também o que as empresas acham disso.

Para ver o artigo, clique aqui (se você tem adobe acrobat reader) ou para ler na internet, clique aqui.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Eu tinha certeza!!

O padre está distribuindo o cálice para os diáconos que irão auxiliá-lo na comunhão quando as 3 adentram corredor da Notre-Dame adentro. A primeira, talvez com pouco mais de 40, cabelo tingido de loiro, sei lá o que vestia. A segunda, talvez da mesma idade ou um pouco mais velha, porém de pele mais escura e cabelo moreno. A terceira, uma senhora com mais de 60 anos, gorda, pele morena e cara de feliz.

Mesmo com a parte da frente da catedral quase lotada, elas chegam no final da missa, mas querem sentar lá na frente! Quase trombam com os diáconos no corridor quando decidem enfim escolher um lugar para sentar. Só haviam dois lugares vagos, a senhora gorda foi a primeira a entrar na fileira junto com a morena e a loira ficou virando em volta tentando achar um lugar pra ela. Finalmente desistiu e resolveu se juntar às outras duas que já estavam acomodadas e encontrou conforto nos olhos da senhora gorda que fazia um sinal do tipo “Pode vir aqui com a gente, nós damos uma espremedinha”. E foi literalmente isso mesmo que ela fez – deu uma bundada no sujeito sentado do lado dela e a loira logo se acomodou e sacou a máquina fotográfica para tirar uma foto do altar. Com flash! Os diáconos quase caíram...

Não chegaram nem a sentar e logo já se puseram na fila para a comunhão. Achei engraçado porque tanto minha mãe como nas aulas de catecismo sempre soube que para a missa ser válida e poder comungar, a gente precisa de uma certa preparação e um ligeiro atraso é até compreensível, desde que se chegue na igreja antes do evangelho. Sei lá, acho que a professora de catecismo delas era diferente.

E lá se foram as 3, felizes e contentes para comungar. Missão cumprida, o padre deseja um bom domingo a todos e elas saem faceiras pela corredor, mergulham a mão no pote com água benta, benzem a si mesmas e a morena então dispara “Ai, que sensação de paz” num português bem brasileiro seguido de um “Mãe, toma cuidado pra não cair aí na entrada” para que a senhora gorda não acabe com a festa da viagem e a sensação de paz incrivelmente obtida com os 8 min. 27 seg. de missa que elas assistiram na Catedral Notre Dame de Paris no último domingo.

sábado, setembro 09, 2006

Final de semana com amigos



O Henrique chegou em Paris...nada como um fim de semana com um bom amigo!
Aliás, mais um convertido - Henrique, que achava Paris "ok", já está completamente apaixonado pela cidade...

quinta-feira, setembro 07, 2006

Alan, le Parisien

No meio de um metrô lotado de gente semana passada, me vi fazendo o que achava impensável quando cheguei em Paris. Esmagado no meio da multidão que vai ao trabalho todos os dias entre 08:30 e 09:00, eu simplesmente peguei o meu livro e segui lendo durante todo o percurso, em pé, sem me importar com as freiadas bruscas ou com quem quer que seja que estivesse ao meu lado.

Isso é tipicamente parisiense! Quando se adentra um vagão de metrô aqui, pelo menos 60% das pessoas estão com um livro ou jornal abertos. No começo eu achava meio estranho, mas pouco a pouco fui me adaptando a esse costume e agora saco o meu livro sem nem perceber – principalmente depois que roubaram meu iPod...e antes do iPod eu geralmente caía no sono quando a viagem era muito longa. Aqueles que me conhecem bem sabem que eu faço isso com a maior facilidade...

O livro que estou lendo atualmente chama-se God Save la France de Stephen Clarke (o título original é A Year in the Merde) e fala sobre um inglês que vem expatriado a Paris e conta as peculiaridades da vida parisiense. Um pouco exagerado certamente, mas leitura obrigatória para qualquer estrangeiro que venha morar em Paris. As partes que o autor escreve em inglês, mas como se fosse um francês falando, são de chorar de rir. Coisas como “I am very appy work wiz you”, “Compiouteur système” ou ainda “Oui, my asband was angliche” – quem já falou inglês com um francês sabe que eles falam exatamente assim! É hilário.

Curioso que o livro começa explicando a rentrée. A rentrée é o retorno das férias de verão, que nunca é inferior a 2 semanas, sendo que a média deve ser 3. Assim como dizem que no Brasil nada funciona antes do Carnaval, aqui na França nada funciona em Agosto. Paris vira praticamente terra de ninguém. Os restaurantes fecham e na porta colocam um papel sulfite informando que todo mundo partiu em férias e volta só em Setembro. O restaurante italiano ótimo que fica perto da minha casa fechou na metade de Julho e abriu somente na última segunda-feira. O metrô cede espaço aos turistas americanos com suas camisas floridas e máquinas fotográficas sofisticadas penduradas no pescoço; os alemães com seus chinelos e meia branca ou preta, depende do gosto do cidadão; os japoneses sempre em grupo e sempre com uma sacola da Louis Vuitton, Burberry ou Gucci; e por aí vai.

Férias de verão são sagradas para os franceses. Funciona como se fosse um ritual que todo mundo está habituado desde que nasceu. Então essa última semana o escritório voltou a ter gente. Todo mundo bronzeado e dizendo como é duro voltar depois de 3, 4 semanas de férias e que então eles preferem “pegar leve” essa semana e no week-end prochain eles vão para a Provence porque parte da família ainda está por lá.

Geralmente quem sai de férias sou eu! Fiquei indignado de estar trabalhando o mês de Agosto todinho e todo esse povo falando dos lugares que foram!! Quero pra mim também...já combinei com um amigo que caso a gente fique aqui na França mesmo, vamos alugar uma casa em St. Tropez para o próximo verão e no começo de Setembro voltaremos bronzeados e reclamando do trânsito, do monte de gente na Côte d’Azur, do problema para conseguir reservas nos resturantes, etc, etc...aí sim, nos tornaremos verdadeiros Parisienses, on deviendra vraiment Parisiens.

domingo, setembro 03, 2006

Com ou sem paixão?

Madonna cantou. E continua arrastando multidões nas principais cidades do mundo para vê-la “cantar”. Os ingressos se esgotam como num passe de mágica e pouco importa se o valor é de EUR 100, EUR 200 ou até mais...

Nunca me aventurei num concerto internacional no Brasil. Sempre fui meio averso à multidões e nunca tive interesse em assistir algo num campo de futebol onde pode se ver o artista praticamente do tamanho de um grão de arroz. Entretanto, pensei que seria legal ver Madonna aqui em Paris.

No dia 31 de Agosto às 21:15, terceira noite de apresentações da super star aqui em Paris, ela literalmente desce ao palco dentro de uma bola enorme, igual a essas que dão efeito de luzes nas boates enquanto a música Future Lovers começa a tocar.

Tudo perfeito. Aliás, quase tudo, porque num raro momento de interação com o público, ela pergunta para uns fãs segurando a bandeira de Portugal em frente ao palco de onde eles eram, “nós somos de Lisboa”, “ah, então quer dizer que vocês são espanhóis”. Ok, tudo tecnicamente perfeito. Inclusive ela, que já beirando os 50 parece ter acabado de fazer 30.

Luzes, movimentos, efeitos visuais, coreografia e figurino dignos de uma super-produção da Broadway.

Mas ainda assim faltava algo. Faltava paixão. Faltou Madonna me deixar com os pelos arrepiados. Sabe aquilo que já falei numa história anterior da sensação de ouvir o primeiro acorde de uma grande orquestra sinfônica? Faltou justamente isso...faltou a paixão pela música e a vontade de dividí-la com aqueles que pagaram caro para as 2 horas exatas de concerto, nem um minuto a mais, nem um a menos.

Do pouco francês que falou, uma das frases foi “je suis fatiguée”. Cansada de estar ali? Fiquei tentando entender o porquê do cansaço, uma vez que no dia anterior não teve concerto e na quarta-feira dia 31 ela começou o show às 21:15. Entendi que deve ser o cansaço de estar fazendo algo mecânico, como uma linha de produção, sem espaço para criatividade, sem espaço para improvisação. 1, 2, 3, 1, 2, 3.

Valeu a pena ter ido ao show? Sim. Irei no próximo (se é que vai ter um) ? Provavelmente não.

E num momento de transição entre o meu emprego anterior e o que virá no início de 2007, tenho total convicção que preciso de algo que me faça levantar da cama de manhã com paixão e motivação para fazer seja o lá o que for na minha vida.

Não quero fazer algo mais ou menos. Não quero fazer algo que não me deixe criar ou pensar. Quero uma estrutura, mas ao mesmo tempo quero liberdade de pensamento e ação. Quero, através do que for fazer, poder dar aqueles ao meu redor a mesma sensação que a orquestra sinfônica me dá quando toca com maestria uma obra de Mozart, pois somente assim terei certeza de estar fazendo o meu trabalho plenamente.

domingo, agosto 27, 2006

Novo brinquedinho + inferno astral


Acordei sábado de manhã e fui pra BHV para comprar esse forno que foi devidamente testado com um bolo de côco e chocolate e uma torta de abobrinha com bacon e queijo de cabra. O próximo experimento da semana será um quiche!

O forno foi um self present para amenizar a fase do inferno astral, pois eu ando meio chato e mal-humorado nesses últimos dias. Me sinto um pouco como o Gael García Bernal no filme "La Science des Rêves", em que personagem está sempre confuso entre o real e o imaginário.

A mente humana é algo que surpreende pela capacidade de imaginar e criar situações que não existem e que em pleno ano 2006 faz planos para o dia 14 de Março de 2013. Claro que quando somos deflagrados com uma realidade diferente da imaginada, a frustração é o resultado mais óbvio.

E fica aqui o desafio, se alguém souber como viver plenamente no presente sem se preocupar com o que o amanhã nos reserva, deixe um comentário para mim e também os outros leitores. Caso queira ser egoísta, go ahead e me manda um e-mail pessoal mesmo!

terça-feira, agosto 22, 2006


Mike, eu, Fernanda, Kati e Alexandre

Jantar em casa semana passada. Detalhe do blazer da Fernanda, que das duas uma - ou já estava bêbada do vinho francês ou teve uma reação espontânea de felicidade pelo seu primeiro dia na capital francesa ;-)

domingo, agosto 20, 2006

O tempo passa, o tempo voa...

E a poupança Bamerindus continua numa boa! O Banco Bamerindus nem existe mais, porém esse jingle ainda persiste na minha memória, junto com outras infinitas memórias da minha vida até hoje.

É difícil de acreditar que um ano já se passou. Ainda me lembro como se fosse ontem eu correndo com a papelada de visto, entregando o apartamento em São Paulo, trocando dinheiro, ponderando se tinha tomado a decisão certa, passando o maior tempo possível com a minha família e meus amigos, comendo as minhas comidas favoritas e ainda por cima preocupado com o fato de eu estar saindo do Brasil com “n” fatores incertos, principalmente financeiros.

Se tivesse uma bola de cristal, talvez nem tivesse me preocupado tanto, mas acredito que isso seja natural do ser humano, porque assim que algo se ajeita, logo tratamos de arrumar algo novo para tomar conta dos nossos pensamentos.

Foi no dia 15 de Agosto de 2005 que eu deixei o Brasil. Olhando lá atrás, ao mesmo tempo que parece que nem faz muito tempo que estou aqui na França, eu vejo o valor de tal período na vida de alguém.

Não consigo precisar em números, fatos ou palavras o que representou ter investido nesse MBA. Tem a parte óbvia do aprendizado, que é certamente fantástica e eu já estava sentindo falta desse desafio, mas tem também aquele aprendizado que é diferente de ser humano para ser humano – aquilo que aprendemos por conviver e encontrar com pessoas novas e de origens e culturas diferentes; tem também o aprendizado do dia-a-dia, aquele bem simples que vai da descoberta do saber onde comprar a sua comida predileta até o ponto alto que é a total imersão na cultura local, onde você passa a se sentir parte integrante da sociedade.

Fácil? De jeito nenhum. Só um tolo diria isso! Ainda me lembro do meu olhar desconfiado (e até um pouco frustrado) do primeiro dia em que entrei no meu modesto quarto universitário lá em HEC com uma cama sem lençol, uma escrivaninha vazia e nem papel higiênico havia no banheiro. Pensei “que diabos estou fazendo aqui?” e ainda me lembro do comentário da Cíntia, que quando viu as fotos que eu coloquei no blog, fez a comparação com o meu mega apartamento de expatriado em Beirute.

Por isso que eu acho importante aproveitar cada fase da vida e tirar o máximo de proveito de cada uma delas. Porque foi engraçado como o tamanho e a simplicidade daquele quarto foram perdendo a importância com o passar dos dias e também cada vez que eu me lembrava do por quê da minha vinda para França. Assim que encontrei as pessoas que seriam os meus colegas de classe e assim que comecei a assitir as aulas, tive a certeza de que estava no lugar certo e na hora certa e o luxo e a mordomia que tinha deixado para trás (temporariamente) não me faziam falta naquele momento.

Voltando ao meu parágrafo inicial, pergunto: o que é a vida, senão um amontoado de memórias e aprendizados que juntamos desde o momento que nascemos? E se for isso mesmo, é bom ter certeza de estar tirando o maior proveito possível dela. E olhando para esse ano que passou, fico feliz pelo que aprendi, pelas pessoas que conheci e pelos lugares que visitei. Fico feliz pelo que vivi!

terça-feira, agosto 15, 2006

Clipping

Devido à escassez de tempo dos últimos dias, não consigo sentar para escrever comme il faut aqui no blog. Mas ao mesmo tempo não quero deixar vocês sem saber o que se passa por aqui, então vou escrever algo rápido e para a próxima história espero poder sentar e me concentrar para escrever, como vocês certamente merecem.

Então aqui vai:

Acontecimento: Família de Paulo está de passagem comprada e data marcada para chegar à Europa. Em pouco mais de dois meses todos estarão aterrisando em Heathrow onde passaremos 2 dias com o meu amigo suíço Dominik. Depois seguiremos para o sudoeste da França para visitar Carcassonne e Toulose. No roteiro ainda temos Paris (óbvio) e o Vale do Loire.

Evento: minha primeira compra no eBay – um ingresso para ir assistir o novo show da Madonna aqui em Paris!! Comprei para o dia 30 de Agosto “fosse debout”, ou seja, no meio da galera...contarei mais detalhes no começo de Setembro.

Fato: o tempo em Paris é definitivamente mais louco que o de São Paulo ou até mesmo Curitiba. Domingo choveu simplesmente o dia todo e a temperatura estava por volta de 13 graus à noite (com sensação de 9 graus, segundo o accuweather). Segunda-feira amanheceu com sol e calor, algo como 25 graus. Vai entender...depois que eu apareço com a minha tosse de cachorro louco, ninguém entende o por quê.

Foto: nenhuma. Nada de muito interessante ultimamente para ser retratado. Dito isso, noto que está na hora de eu ir pra algum lugar, fazer alguma viagem, ver coisas diferentes...vou planejar isso pra Setembro, quando os preços já estarão de volta ao normal (eu espero!).

Evento II: Marisa Monte vem à Paris em Outubro. E eu já tenho o meu ingresso!! Por acaso alguém já assistiu o novo show dela no Brasil? Li a crítica do “O Globo”, que considerou o show imperdível.

Cinema: Tenho ido com frequência ao cinema. A opção de filmes não hollywoodianos aqui em Paris é imensa e isso tem me agradado bastante – para que o meu feriado hoje não passe em branco, dentro de poucos minutos partirei para assistir “The Constant Gardener” (não sei como é o título em português), mas o filme recebeu excelentes críticas e foi dirigido pelo Fernando Meirelles.

Bisous et à bientôt.

quarta-feira, agosto 09, 2006

E se fosse com você?

O neném recém nascido dorme tranquilo no banco de trás de um Mercedes enquanto uma chuva torrencial cai do lado de fora e a mãe imbica o carro na entrada da garagem. E é justamente nessas horas que o maldito controle remoto não funciona...aperta o botão da direita, nada; não custa tentar o da esquerda, mas mais uma vez nada; aperta mais forte e nada. Sai debaixo de chuva e toca o interfone pedindo para que o marido acione o portão do lado de dentro mas a essa altura já é tarde demais e ela tem uma arma apontando pra ela ordenando para que não reaja ou senão “leva bala”.

O sujeito, jovem e sem carteira de habilitação, entra no Mercedes e tenta dar a marcha ré para pôr o carro na rua e sair rapidamente dali. A mãe, que imagino que deixaria o tal delinquente levar o carro sem o menor problema, abre a porta do passageiro de sopetão dizendo que ele não pode levar o carro.

O desespero é mútuo – de um para ter o filho nos braços e do outro para “dar o fora” antes que a polícia chegue. E nesse desespero as lágrimas da mãe rolam e a ânsia de recuperar o seu filho é tão grande que palavras não lhe vem à boca e numa fração de segundos o tiro é disparado e o pé vai fundo no acelerador para sair o mais depressa possível dali, sem saber que uma pequena criatura de alguns meses dorme calmamente ao som da chuva que insiste em cair.

A cena acima é um dos trechos do filme Tsotsi, o filme sul-africano que ganhou o oscar de melhor filme estrangeiro esse ano entre vários outros prêmios. Para qualquer um de nós, Brasileiros, que formos assistir esse filme, é inevitável comparar o caos que paira sobre Johannesburgo com a violência que qualquer cidadão do Rio ou de São Paulo está susceptível todos os dias quando parte rumo ao trabalho, para uma caminhada no parque ou para encontrar com amigos para um jantar.

Quem de nós não conhece alguém que morreu injustamente de forma banal? Quem de nós não conhece alguém que sofreu um sequestro relâmpago (ou até mesmo foi vítima de um)? Quem nunca foi abordado por um trombadinha? Quem não conhece alguém ou foi vítima de assalto em casa?

Me fez lembrar (com tristeza) que esse era um dos principais motivos que me faziam não gostar de São Paulo – a insegurança em que se vive nessas cidades, onde a dependência de câmaras, guardas, portões e outros aparatos cada vez mais sofisticados e cada vez mais caros é tão grande que de repente, quando deparamos com a estabilidade e segurança de uma cidade européia, nós não só enxergamos como valorizamos essa “liberdade”.

Não estou dizendo que não existam problemas por aqui, afinal de contas eu acho que meu pai nunca foi assaltado em São Paulo e um espertinho passou a mão na carteira dele em Roma. O que me refiro é à violência gratuita, é a fragilidade com que a vida humana é tratada e a insegurança que vivemos rotineiramente, que pelo menos pra mim, eram motivo de agonia.

terça-feira, agosto 01, 2006

Memórias de Canaã

Há pouco menos de um ano eu fui de férias para o Líbano antes de começar o meu MBA aqui na França e aqueles que acompanham este blog desde o início devem se lembrar de quando eu passei por Canaã (clique aqui para ver o arquivo).

Ver as imagens de crianças mortas na televisão nesse último final de semana foram chocantes demais para mim, a ponto de ter que desviar o rosto das imagens para poder conter as lágrimas.

Tristeza e revolta...será que podemos ter uma esperança de paz? Infelizmente lendo as notícias e acompanhando a insanidade dos atuais líderes mundiais (ou será que devo colocar essa palavra no singular?) deixa visível a fragilidade e o limite de ação dos órgãos internacionais e também da comunidade internacional.

Um país está sendo destruído, 1/5 da população do Líbano teve que deixar as suas casas e hoje não sabem se suas casas ainda estão de pé, o direito de ir e vir não existe mais, civis estão sendo mortos dia-a-dia e os que sobrevivem passam os dias em agonia com a falta de água potável, a falta de eletricidade, a falta de medicamentos e a falta de comida.

E a razão disso tudo qual é mesmo?

terça-feira, julho 25, 2006

Pou pourri de Parrí

Faz um certo tempo que eu não escrevo nesse blog, o que é sinal de que tenho andado bem ocupado e muita coisa está acontecendo.

Trabalho – comecei na terça-feira passada. O meu trabalho será um projeto estratégico cujo objetivo final é o aumento nas vendas de quartos de hotéis para os “clientes chave” da CWT. Não vou ficar arriscando colocar muitos detalhes aqui no blog pois trata-se de algo confidencial e por via das dúvidas, melhor não fazer público.

Entretanto o que posso escrever aqui é que eu estou gostando do trabalho até agora. Claro que todo começo é sempre esquisito e eu já tinha me esquecido como a gente fica perdido no meio de tanto jargão que jamais ouviu falar e no meio de tanta gente que eu não tenho noção de quem são e o que fazem. Mas isso deve passar em breve.

Um dos grandes pontos positivos é a comida. Tem dois restaurantes no piso térreo que servem 4 empresas e as refeições são pagas, ou melhor subsidiadas – parte é pago pelo funcionário e parte é pago pela empresa. Porém no meu contrato elas estão incluídas (óbvio, senão deixaria um terço do salário somente para não morrer de fome durante a semana!). Que diferença do bandeijão HEC! Estou comendo entrada, prato principal e sobremesa TODOS os dias e com uma variedade de escolha e qualidade excelentes! Hoje foi melão* com presunto de parma (* e é aquele melão cor de laranja super doce, que a gente não encontra no Brasil e eu sou apaixonado por ele), noodles tailandeses com carne e iogurte de sobremesa (outra mania que agora eu não consigo viver sem).

Outro ponto positivo são as 35 horas semanais - vive la France. Entro no escritório às 09:30 e saio às 17:30 com uma hora de almoço. Se vou conseguir fazer isso sempre, não sei, mas que está no papel e é um direito meu, isso é.

Visitas – o Vicente, amigo que trabalha na Emirates em Dubai, esteve aqui esse último final de semana. Programas não faltaram – restaurante brasileiro, cinema, caminhada nos arredores do Sena, crepe no Quartier Latin e dessa vez ele encasquetou que queria ver a Torre Eiffel brilhando (a última vez foi Montmartre, lembram?), o que acontece de hora em hora, mas como no verão anoitece depois das 22:00, as tais luzes acendem super tarde. Devido a preces de última hora à Sta. Maria das Torres Eiffel, o Vicente aceitou "observar o fenômeno" em frente ao Louvre e nós não tivemos que nos deslocar até o Trocadero de metrô, que aliás está completamente dégueulasse com os 40 graus (ou mais) que fazem lá dentro.

Agora estou me preparando para a visita do Renato, que chegará de Hamburgo na sexta-feira e logo mais chega a Fernanda Veiga, que trabalhou comigo na Maersk Brasil.

Peculiaridades de Paris - Eu sempre comento de algumas peculiaridades daqui de Paris nesse blog, como por exemplo a esquisofrenia do povo que fala sozinho, bate em fantasma e também da última exposição que eu fui no Centro George Pompidou onde tinha a tal sala projetando imagens pornográficas.

A peculiaridade do verão em Paris chama-se “Paris Plage”, que resolvi apelidar de “Piscinon de Ramos”, só que sem o piscinon porque não tem lugar nenhum para nadar! A tal “Paris Plage” não passa de um monte de barraquinhas, bares e restaurantes nas margens do Sena para aqueles que não podem deixar a cidade fingir que estão à beira mar.

E é de graça, o que faz com que toda a população dos arredores de Paris se desloque até aqui para o tal “evento”. A cena só não fica pior porque as margens do Sena são maravilhosas e Paris não tem favelas, mas o amontoado de gente é o mesmo.

Essa outra história não sei se é uma peculiaridade de Paris ou se é uma peculiaridade minha. Fato é que uma senhora de pouco mais de 50 anos sentou-se ao meu lado durante a missa no último domingo e como ela estava sem o folheto, eu dividi o meu com ela. Na final da missa, ela agradeceu por eu ter dividido o folheto e nós saímos juntos da igreja e foi aí que do nada ela perguntou se eu gostaria de ir tomar um café com ela. Eu achei estranho, mas como não tinha nada pra fazer, aceitei. A tal senhora era holandesa e estava de férias na casa do filho aqui em Paris, que a aguardava num café ao lado da igreja.

Uma situação completamente fora do comum. Mas foi engraçado porque nós acabamos até saindo para jantar juntos no domingo e parecia que eu conhecia aquele povo de longa data, devido à maneira como interagimos e conversamos. Bom pra mim, tenho novos amigos na cidade e na Holanda.

E o melhor guardei para o final - o aviso que eu li na academia essa semana: “Proibido treinar trajando fio dental”. Detalhe: o tal aviso estava pregado na porta do vestiário masculino.

Como disse, coisas que só se encontra aqui em Paris!

Casamento de Michelle & Olivier - La Roque d'Antheron, França






Os noivos


O local da festa

A nossa chegada

O pessoal do MBA HEC na festa (o copo de champagne não saiu da minha mão a noite toda!!)

sexta-feira, julho 21, 2006

Texto da Juliana Silva

Recebi esse texto por e-mail da minha amiga Juliana Alves da Silva, comentando sobre os textos abaixo do blog.

Ju, obrigado por essa carta e também por me deixar publicar.

quote
Entre a ética e a guerra

Olá Alan, estou com saudades...

Ontem entrei com a Dani no seu diário e lemos seus textos. Três deles me chamaram a atenção. Primeiro a situação vivida na sala de aula...(nunca havia ouvido falar sobre a teoria (??), minha irmã me explicou mais ou menos), o que me interessou foi a falta de integridade da sua colega, a guerra não declarada de mercado, que gera falta de confiabilidade, companheirismo, visão de bem estar comum, possível mesmo numa sociedade de mercado... e é aí, na fragilidade de caráter que se abre caminho para as mais bestiais situações de vida. Pensei que diante sua postura, é ainda possível viver melhor ou mais do que isso, conviver e se possível, cada vez melhor.

Sentado no metrô, para quem ousa, é possível viver e reviver várias vidas, e extrair de cada existência, em cada simplicidade de vivências, um melhor jeito de viver. Talvez sua colega do MBA sente também no metrô, no mesmo lugar, do mesmo jeito e o utilize única e simplesmente como meio de transporte, onde a avidez pelo sucesso não permita a viagem dentro de si mesmo. Isso é um vazio. Pensei em tudo isso, e pude enxergar a cabeçada de Zidane...um outro vazio...se para ele era ultrajante as ofensas dirigidas as mulheres de sua família, seria no mínimo bom senso, ignorar. Pergunto-me se, já que havia a necessidade sobrepujante de vingança, não seria igualmente ofensivo devolver as ofensas? No entanto, dou-lhe uma cabeçada...Ainda, não satisfeita e envolta pelas suas palavras, novamente considerei...não teriam começado com cabeçadas as guerras? Senti sua solidariedade e acredito que até indignação diante do absurdo insondável que ocorre no Líbano. Lembrei-me de quando minha irmã maravilhada viu a reconstrução do país, numa exposição (acho).

Pensei que, ao voltar as aulas, terei que resgatar os cartões por você enviados e contar às crianças que parte daquilo que os encantou está destruído, que há pessoas morrendo e tristes, desesperadas; que lá é a terra natal do Mike e que moram seus parentes e amigos, e que todo esse mal, são nada mais, nada menos que cabeçadas, avidez, falta de generosidade. Talvez por não saberem (eles – os feitores de guerra), o que é sustentar a ética, o caráter, a inteligência. Talvez por que não sejam capazes de sentar no metrô e sorrir, simplesmente inebriado pela bela viagem que alguns podem fazer pelo que há por dentro de si.
Bjs..

Juliana (irmã da Dani)

P.S.: Diga ao Mike que rezamos por sua mãe, irmãos e pelo seu povo. Salam.
unquote

terça-feira, julho 18, 2006

E a tal da ética?

Alguns de vocês já devem ter ouvido falar do “Dilema do Prisioneiro”, porém acredito que muitos (principalmente aqueles que não frequentaram business schools ou aulas de economia) não o conhecem. Em poucas palavras, quando aprendemos o tal dilema do prisioneiro, aprendemos que duas empresas atuando no mesmo ramo maximizariam os lucros caso cooperassem entre si e seguissem uma determinada estratégia sem o objetivo de prejudicar a outra empresa. Porém o tal dilema nos ensina que isso nunca acontece e que fatalmente uma das empresas vai trair, vai faltar com a palavra, vai mentir...resultado: maiores ganhos imediatos e perda para ambas as empresas no longo termo.

Nós aprendemos o tal dilema na primeira fase do MBA na matéria de Business Economics, porém foi na semana passada durante o primeiro seminário do IPP que nós fizemos um exercício prático do tal dilema. No exercício nós fomos divididos em 2 grupos e eu fui eleito líder do meu grupo. Logo que começaram as discussões sobre a nossa estratégia eu disse que nós poderíamos escolher a estratégia que quiséssemos, porém eu me negaria a faltar com a palavra ou mentir, uma vez que eu seria o representante do nosso grupo para negociar com o outro grupo. E disse ainda que caso o grupo quisesse agir de tal forma, que elegessem um outro líder.

Depois de muita discussão, todos concordaram e eu fui pra sala de negociações. Não cabe dar nome aos bois aqui nesse blog, mas a pessoa que veio negociar comigo é uma grande amiga do MBA e eu me senti aliviado quando vi que ela entrou na sala pois pensei “nela eu posso confiar”. Voltei confiante para o nosso grupo e disse, vamos com a nossa estratégia até a próxima rodada de negociações e manteremos a nossa palavra. Nesse meio tempo, 4 dos 7 integrantes do grupo começam a pôr em dúvida a estratégia e dizem que nós deveríamos tomar uma outra posição antes que o outro grupo o fizesse. Foi aí que eu usei os poderes que me foram delegados no começo do jogo e disse que a minha palavra seria mantida e que nós não iríamos trair a confiança do outro grupo. Pouco antes da segunda rodada de negociações, tivemos a notícia de que o outro grupo tinha traído.

Eu fiquei chocado, principalmente porque acreditava muito na pessoa com quem negociei. Não me restou outra alternativa a não ser passar a função de líder para um outro integrante do grupo, afinal de contas, isso seria o mais óbvio a fazer caso estivéssemos no mundo real também.

Enfim, o tal dilema do prisioneiro foi provado e eu continuo sem entender porquê as pessoas precisam mentir e trair ao invés de colaborar, sendo que TODOS sabem que os resultados são os melhores para ambas as empresas caso as duas colaborem entre si. Por acaso faz parte da natureza humana querer a desgraça alheia? Asseguro que não faz parte da minha, mas olhando para o resultado desse jogo (e aproveitando para fazer um paralelo com a situação atual no Líbano), infelizmente acho que esse é o caso.

E o que as pessoas que traem dizem para se justificar? A resposta mais comum era “ah, mas isso é só um jogo”. Pois na minha opinião isso faz da situação ainda pior – se alguém é capaz de mentir e trair por NADA, fico imaginando o que não fariam por dinheiro, sucesso ou seja lá o que for.

Quanto à minha amiga, eu não podia estar tão errado com relação à ela. Claro que a minha confiaça nela ficou abalada, mas depois do tal jogo e das discussões em sala, em que o meu grupo mencionou como eu lidei com a situação, essa minha amiga ficou tão arrasada e com vergonha de si mesma que eu cheguei a ficar com pena. Mas antes ela ter aprendido dessa forma do que ter que presenciar tal situação na vida real. E tomara que tenha aprendido mesmo...

Meu grupo perdeu o jogo...claro que isso não me alegra, porém poder estar sempre de cabeça erguida e agir de acordo com os meus princípios é algo que meu pai me ensinou e reforçou no dia-a-dia, seja através de palavras, mas principalmente através de atos. Prefiro perder meu emprego do que perder minha dignidade. Prefiro perder meu emprego do que passar como traidor. Prefiro perder meu emprego do que perder meu melhor amigo.

Ética não é algo que se aplica aqui, mas não ali; de acordo com a conveniência da situação. É algo que deve ser aplicado todos os dias e guiar as ações de cada indivíduo. Pois nada como poder falar com os outros olhando diretamente nos olhos, sem ter vergonha de ter feito algo errado e poder colocar a cabeça no travesseiro e dormir em paz.

Aliás, é exatamente isso que farei agora pois amanhã será o meu primeiro dia de trabalho na Carlson Wagonlit Travel aqui em Paris. Quanto ao casamento na Provence, acho que foi o melhor que eu já estive! Foi realmente fantástico e me diverti muito no final de semana. Como esqueci a minha máquina, dependo dos meus amigos para poder colocar fotos aqui no blog, mas o farei assim que possível.

quinta-feira, julho 13, 2006

A bordo do M/S Chatellet les Halles

Aproveitei a brisa da manhã a bordo do meu cruzeiro pelo Mediterrâneo para me espreguiçar em uma das cadeiras vazias do deck e tirar um cochilo sentindo o balanço das ondas e o cheiro de mar.

Foi ao som de Gal Costa e Zeca Baleiro no meu iPod que eu me imaginei na situação acima, mesmo estando sentado no RER rumo à Massy Palaiseau, algo como a Estação da Luz em São Paulo.

É incrível como sons e cheiros têm esse efeito que chega a ser mágico comigo. Não é raro uma música me levar de volta para um bailinho de infância no quintal de casa ou eu ficar com todos os cabelos do corpo arrepiados quando uma orquestra sinfônica toca a primeira nota musical. Ou ainda lembrar-me de um beijo dado ao som de L’Aurora, de um retorno à casa depois de muito tempo fora quando ouço Amor Perfeito, da trilha sonora de um filme que eu adorei ou simplesmente de um momento qualquer, que parecia bestial quando estava acontecendo e que volta sorrateiro na memória quando a Marisa Monte entoa “apagaram tudo, pintaram tudo de cinza, a palavra no muro, ficou coberta de tinta”.

E os cheiros fazem exatamente a mesma coisa. Não sei se já aconteceu com outros, mas eu já senti vontade de sair atrás de alguém que não conheço simplesmente por causa de um perfume irresistível. Mas eu não me refiro somente ao cheiro de um perfume – tem o cheiro inconfundível do arroz e feijão de casa, do amaciante usado para lavar a roupa, o cheiro da chuva chegando e eu também lembro do cheiro da minha mãe quando saía do banho e vinha dar um beijo de boa noite em mim e nos meus irmãos antes de ir se deitar.

Nostalgia? Talvez. Romantismo? Pode ser. Mas a sensação é tão prazerosa que fiquei com pena daqueles que estavam no RER sentados ao meu lado numa simples viagem de trem, pois naquele momento eu estava viajando bem longe dali...com um sorriso largo no rosto.

To my lebanese friends

I do not intend to make this long nor political, but I just want to show my full support to the country and people who received me with open arms some years ago - Lebanon and the lebanese people.

My heart sank when I saw the news yesterday and I could not concentrate in class this morning when I heard that Beirut airport was being bombed.

To all my friends and their families in Lebanon, I just want to say that my prayers are for you and God bless you all and give you strengh to go through this bad period. Hopefully this absurd situation will come to an end soon.

Peace. Salam.

segunda-feira, julho 10, 2006

Jantar cucaracho


Da esquerda pra direita: Puvadol (tailandês, tá, sei que disse América Latina, mas dizem que o povo tailandês é super parecido com o brasileiro, então o Puvadol foi de agregado), Fabiola (peruana), eu (Brasil!!!!), Maria Paula (espanhola), Zoila (peruana), Carlos (espanhol, marido da Mônica), Mônica (venezuelana), Teresa (peruana) e Roberto (mexicano).

No último sábado me reuni com os hermanos latinos e espanhóis do MBA para um jantar brasileiro.

Como a partir de agora cada um segue um caminho diferente, vai ficar muito mais difícil de reunir o pessoal, então foi um jantar de quase-despedida. A Fabíola está se mudando para Bonn na Alemanha e vai trabalhar com a DHL. Eu começo no dia 18, próxima terça-feira, com a Carlson Wagonlit Travel e os outros vão fazer os tracks de Marketing, Finanças, Estratégia, etc.

Na próxima quarta e quinta-feira acontecerá o primeiro seminário para aqueles que vão trabalhar, como é o meu caso. Minhas curtas férias passaram muito rápido e nem tive muito tempo de fazer tudo o que queria e aproveitar os dias ensolarados em Paris.

Na sexta-feira estou planejando ver os fogos de artifício para as comemorações de 14 de Julho e no sábado viajo para o sul da França onde participarei de dois dias de festa para o casamento da Michelle, uma amiga do MBA de Hong Kong que está se casando com um francês.

A cerimônia e a festa serão num vilarejo próximo à Aix-en-Provence, que eu ainda não conheço, mas já ouvi maravilhas a respeito da região. A festa será no jardim da casa dos pais do noivo, com direito a cocktail e jantar no sábado e brunch à beira da piscina no domingo.

Prometo voltar com fotos.

terça-feira, julho 04, 2006

Pornografia cultural e ar condicionado

Minha amiga Ho veio à Paris por 24 horas e claro que se arrependeu. Não de ter vindo, mas de não ter ficado mais. Aliás, desde que ela se foi, não tive notícias dela e estou preocupado, afinal de contas o bilhete dela era com a Varig, que não está voando para Paris no momento, então como ela chegou em São Paulo, se é que ela já chegou, eu ainda não sei.

Fora o jogo no sábado à noite, o resto do final de semana foi ótimo. Mandei a Ho pro Louvre, que tem entrada gratuita todos os primeiros domingos de cada mês, e eu fui trabalhar por 3 horas com o meu grupo para a nossa decisão do Markstrat, uma matéria que estou fazendo que simula um jogo de Marketing em que competimos contra os outros grupos. Aliás, a última decisão foi enviada hoje cedo e o nosso grupo, que começou bem, passou por uma decadência horrível, conseguiu reverter a situação e terminamos o jogo com um índice de bolsa em crescimento e com o maior índice de retorno no investimento.

A Ho voltou do Louvre e nós fomos almoçar - eu, ela, Mike, Puvadol e Labony. Almoçamos na varanda de um restaurante italiano ótimo aqui no Marais chamado Santo Antonio, caminhamos fuçando pelas lojas em promoção, não compramos nada e decidimos ir tomar sorvete no Amorino, que é o melhor "gelato" italiano de Paris!

Daí como a entrada do Pompidou também era gratuita no último domingo, resolvemos visitá-lo também. Para aqueles que não sabem, o Louvre tem acervo de obras que vão até 1850. O Musée d'Orsay abriga arte de 1850-1950 e o Centro Georges Pompidou é dedicado à arte moderna.

Ao entramos no Pompidou, ai que maravilha. Ainda não pela arte, mas pelo ar condicionado. Dos 32 graus que fazia lá fora para o frescor do ar condicionado, seja lá o que estivessem exibindo, seria o máximo pra nós. Ar condicionado é artigo de luxo em Paris!

Tentamos ver uma exposição de Los Angeles que está causando o maior furor, mas como essa exposição é particular, tinha que pagar. Estudantes em crise de orçamento decidiram por ver o que era gratuito. Rumo ao primeiro andar, vimos uma exposição de quadros com arte abstrata. Enquanto olhávamos os quadros, o Mike solta:
"Se der um pedaço de papel e lápis pro Hassouna (o sobrinho dele de 6 anos), ele também consegue fazer isso". Foi o suficiente pra Labony, Ho e eu termos um ataque de riso. Mas logo veio um encarregado do museu pedindo pra que a gente fizesse menos barulho. Na realidade ele veio falar com a gente porque acho que nós acordamos o carinha que estava "tomando conta" daquela ala (nem preciso dizer que ele estava no meio de uma "siesta").

Saímos da ala dos quadros e prosseguimos para a ala de mídia. Definitivamente esse foi o ponto alto da visita. Vamos lá:
- Um projeção mostrava o filme de um homem andando de traz pra frente num quadrado traçado no chão. Sinceramente, não entendi o propósito dessa obra, mas eu e a Ho quase nos matamos de tanto rir. Vai ver que essa era a intenção, fazer rir.
- O quarto cor de rosa da Barbie. Um espaço totalmente cor de rosa com um sapato alto enorme no fundo da sala. Curioso era que tinha várias pessoas sentadas na sala sem fazer nada, só olhando para o ambiente cor de rosa.
- Seis bastões coloridos espalhados pelo andar deixaram o Puvadol com os nervos à flor da pele e vontade de destruir todos eles.
- Uma outra sala indicava que o conteúdo que estava sendo exibido dentro dela poderia ser agressivo para pessoas sensíveis. Claro que nós entramos imediatamente. Era pornografia ao som de Bjork. Coisas que só se encontra aqui em Paris. E claro que algumas americanas desavisadas entraram por um lado da sala, e saíram imediatamente horrorizadas pelo outro. A Labony gostou!

De volta ao calor das ruas de Paris, voltamos pra casa e já estava na hora da Ho ir pro aeroporto. A Ho vive me encontrando onde quer que eu esteja morando no mundo, só espero que da próxima vez ela venha com mais tempo. Ho, cadê você? Já chegou?

sábado, julho 01, 2006

Eu estou triste!

Fui assistir o jogo no meu restaurante brasileiro predileto em Paris, o L'Area, que estava cheio de brasileiros, mas também estava cheio de franceses.

A lembrança que eu tenho da Copa do Mundo fora de casa é do meu choro de alegria abraçando os meus amigos libaneses quando o Brasil ganhou em 2002. Hoje o choro dos Brasileiros foi diferente. Quando o jogo acabou e eu olhei pra trás, com o coração apertado, vi a garota enrolada com a bandeira do Brasil chorando. O namorado dela também. Um outro brasileiro com quem eu estava conversando fazia o mesmo e a única vontade que eu senti foi de sair correndo daquele lugar diante da classificação da França.

Estou triste, nessa hora queria estar no Brasil para pelo menos poder dividir essa tristeza com outros Brasileiros, porque aqui nas ruas de Paris certamente vai ser buzina, barulho e festa a noite toda.

Agora como Portugal foi o único time classificado que eu queria nas semi-finais, é para os Portugueses que eu vou torcer que ganhem a Copa!

sexta-feira, junho 30, 2006

Quer assistir um bom filme?

Eu acabei de sair do cinema de alma lavada! Assisti um filme francês do diretor Gérald Hustache-Mathieuque chamado "Avril", que trata-se do nome da personagem principal do filme.

O filme é uma hora e meia de sensibilidade e poesia. A personagem principal, Avril, foi criada num convento e está prestes a se tornar uma freira quando ela descobre que tem um irmão e decide sair à sua busca. E esse reencontro muda várias coisas na vida dos dois!

Eu saí do cinema leve, feliz...o filme faz rir, faz chorar, faz refletir, mostra o amor verdadeiro, o silêncio, as relações humanas, grandes descobertas em coisas simples da vida!

Junto com Volver do Almodovar, um dos melhores filmes que assisti esse ano! Espero que esteja passando aí no Brasil.

terça-feira, junho 27, 2006

Déjà vu

Eu juro que estava torcendo para Espanha ganhar da França para não ter que ver o Brasil jogar com a França nas quartas de final. Mas o jogo terminou agora e os espanhóis não conseguiram a vitória!

Todo mundo é testemunha de quanto eu amo essa terra, mas no final das contas, eu sou Brasileiro!! Tenho que arrumar um grupo totalmente pró-Brasil para torcer no próximo sábado.

E que vença o melhor!

segunda-feira, junho 26, 2006

Os Brasileiros imigraram para a Holanda

Obviamente sem considerar o Brasil, eu nunca vi tanto Brasileiro junto como nesse último final de semana em Amsterdam. Eles estavam por todo canto! E claro que a grande maioria usando com orgulho a camisa do Brasil. Fiquei impressionado, por onde quer que a gente ia em Amsterdam, ouvia-se o português. Não sei se foi pura coincidência ou se havia algum evento para Brasileiros na cidade. Fato é que dentro do Museu Van Gogh, fantástico diga-se de passagem, parecia que eu estava andando pelo Memorial da América Latina em São Paulo.

E Amsterdam - sim, novamente mudei a primeira impressão que tive de uma cidade. Mas eu percebi porque não gostei de Amsterdam da primeira vez que fui, e caso tivesse ido sozinho novamente, não creio que teria gostado da cidade. O que para alguns pode ser "interessante", para mim os tais coffee shops que vendem legalmente os cigarros de maconha junto com o ambiente de prostituição, principalmente nas mediações do bairro da Luz Vermelha, dão um ar deprimente à cidade, ao qual eu estava mais susceptível quando visitei Amsterdam sozinho no verão do ano 2000.

Seis verões se passaram e dessa vez eu viajei para capital holandesa convidado pelo Puvadol, um amigo tailandês do MBA, que foi pra lá visitar outros amigos. Um dos seus amigos foi buscar a gente no aeroporto e de lá nós seguimos imediatamente para Gouda, cujo nome deu origem ao queijo que conhecemos. Os holandeses podem não ter a variedade que os franceses têm em queijos, mas o pouco que fazem, o fazem muitíssimo bem! Gouda é uma típica cidadezinha européia, com uma praça central cheia de lojinhas, restaurantes, a prefeitura e a igreja. A arquitetura tipicamente holandesa, com as casinhas estreitas e pontiagudas no teto, e o estilo interior dão um toque de charme à esta cidade, que valeu a pena visitar.

Outra caraterística que faz a fama de Amsterdam é a comida ruim. E realmente pelo que OBSERVEI ao andar pela cidade, a culinária realmente não é um ponto forte por lá. Reparem que eu escrevi observei ao invés de provei. Por isso que é sempre bom encontrar com pessoas que moram na cidade, pois as chances de parar nos lugares conhecidos como tourist traps ou armadilhas pra turistas diminuem em pelo menos 99%.

Comi muitíssimo bem em Amsterdam! Uma vez num café com vista para o canal chamado "Buffet van odette" e todas as outras na casa dos novos amigos em Amsterdam. Foi ótimo, pois além de economizar o dinheiro das refeições, era muito mais agradável e saboroso comer em casa, batendo papo e vendo o sol se pôr* do apartamento deles com vista para um dos canais (* o pôr do sol durante o verão acontece depois das 22:00). O cardápio das duas noites foi inspirado na cozinha tailandesa, mas de entrada na segunda noite saboreamos um prato composto de foie gras com framboesas, pêra cozida no vinho branco com especiarias, folhas de endiva com roquefort e chutney de manga. Tudo isso combina PERFEITAMENTE com um vinho doce Sauternes, que foi o que bebemos ao saborear esse prato. Uma magia de sabores impossível de ser descrita!

No quesito Copa do Mundo, os holandeses são super patrióticos e o espírito da Copa está por todo lado na cidade. Ainda bem que eu pude presenciar tudo isso antes dos portugueses acabarem com a festa deles ontem!

Semana agitada e tempo ruim em Paris, com céu nublado e chuva. Apesar de não ter aula hoje, tenho que começar a trabalhar nos dois trabalhos que tenho que entregar essa semana. São dois textos: o primeiro é baseado em uma série de palestras que tivemos com pessoas que são influentes no que quer que façam e dessa forma vieram nos falar sobre liderança - o texto deve abordar os pontos fortes e pontos fracos pessoais no quesito liderança; o segundo texto é um plano de carreira, que deve ser feito baseado nos diferentes seminários que tivemos voltados para essa área.

E final de semana que vem a minha grande amiga Ho está chegando aqui em Paris por somente 24 horas, então tenho que trabalhar agora para poder aproveitar bem o tempo com ela!





Eu passeando no sábado de sol pelos canais de Amsterdam










A arquitetura holandesa, que está presente por toda a cidade