quinta-feira, março 29, 2007

As necessidades de cada um

A legislação Brasileira garante ao trabalhador aí no Brasil 30 dias corridos de férias que teoricamente podem ser gozados de uma só vez ou em duas vezes (20 + 10). A outra possibilidade é pegar 20 dias de férias e ser pago pelos outros 10 dias.

Eu nunca fiz isso. Pelo contrário, queria é poder comprar 10 dias de alguém que quisesse me vender. E nunca compreendi muito bem como funcionam essas pessoas que dizem que estão com férias de 2 anos acumuladas porque "não puderam tirar". Balela! Acho isso a desculpa mais esfarrapada do mundo. O clichê 'ninguém é indispensável' nunca se encaixou tão bem quanto aqui. E como disse, não sei como as pessoas conseguem passar 1, 2 ou mais anos trabalhando sem parar, sem uma folga para recarregar os ânimos, respirar outros ares, acordar sem o alarme, ver lugares diferentes, sentar numa praia, ler um livro, ouvir uma outra língua, experimentar novas comidas...

Como no teste que respondi abaixo, escolhi o passaporte para simbolizar Freedom (Liberdade) e Excites me (Me deixa entusiasmado) e é justamente assim que eu vejo as férias ou mesmo os longos finais de semana quando parto para algum lugar. Funciona como a gasolina para o carro, é algo que necessito de tempos em tempos para poder continuar "rodando".

sábado, março 24, 2007

Mudanças

Eu me lembro nitidamente de quando recebia o jornal somente em preto e branco. Achei o máximo quando começaram a implementar cores, mudar layout, novas columas e artigos. Atira o interesse, atrai a atenção do leitor.

Com pretensões menos ambiciosas que o Estado de São Paulo, apresento o novo design deste blog (aliás Lívia, valeu pela ajuda!). E agora que estou aprendendo a 'fuçar' nesse negócio, com um pouco mais de tempo, ainda mais mudanças virão.

Bom final de semana!

sábado, março 17, 2007

Diretamente do Eurostar

Um sanduíche meio duro de presunto e queijo desce quase seco. Eu o ‘empurro’ com algumas golfadas de Minute Maid de maçã. A moça ao meu lado dormiu antes mesmo que o toque de fechar as portas fosse dado, ainda bem que dormiu com os braços cruzados porque depois de um dia de corre-corre (pra mim e acho que também pra ela), o desodorante já dá sinais de exaustão.

Eu estou no Eurostar, a maravilha que liga duas das principais capitais européias em pouco mais de 2h30 (em breve serão somente 2h20). Estou partindo para mais um treinamento para outra família que está de mudança para o Brasil. A última vez que tomei o Eurostar foi para ir encontrar com a minha família que tinha chegado na Europa por Londres. O clichê ‘o tempo voa’ tem se aplicado aos meus dias de forma literal.

Desde que comecei a trabalhar convivi no meio de estrangeiros. E sempre gostei dos europeus em geral, mas por vezes pensava que não existia muita flexibilidade neles e que tudo tinha que ser planejado com antecedência. E considerando que sou eu quem estou dizendo isso, o Mr. Organização aos olhos dos outros Brasileiros, imagino o que os outros Brasileiros pensam desses organizados estrangeiros.

Dessa vez estou aqui para testemunhar em favor dos Europeus – agora eu os entendo. Hoje na hora do almoço estava conversando com uma garota do departamento ao lado e ela disse ‘Quando é que a gente vai finalmente jantar naquele restaurante Brasileiro perto da Bastille?’. Me peguei pensativo, tentando visualizar que dia poderia combinar de ir jantar com ela. Para o meu alívio ela disse ‘Pra mim seria ótimo se fosse no mês que vem’. Não hesitei e respondi ‘Perfeito’.

Trata-se da mais pura verdade. Combinamos um jantar para aproximadamente daqui um mês. Entre trabalho, academia, limpar a casa, lavar e passar roupa (saudades do Brasil...), sair com os amigos, ir ao teatro, cinema, viajar (a trabalho ou a passeio), brunch no domingo, escrever no blog, receber os meus hóspedes aqui em Paris, jantar de despedida para a minha amiga do MBA que volta pra Taiwan...sei lá até onde poderia continuar essa lista.

Voltando para a minha agenda, percebi que caso alguém queira combinar de fazer algo num final de semana comigo de agora até Junho, vai ser difícil. Não, não se trata de um erro de digitação, eu disse Junho mesmo. O melhor é o mês de Maio, com a visita da minha irmã, Dani e Ju – entre Barcelona, Vale do Loire, Cirque du Soleil e La Rochelle, eu preciso arrumar tempo pelo menos para lavar as cuecas entre um “evento” e outro.

Agora com blog devidamente atualizado, vou copiar a minha colega aqui do lado e tirar um cochilo antes que o condutor anuncie a nossa chegada a Waterloo.

PS - Estou em Waterloo agora esperando para voltar para Paris. Isso aqui está uma zona devido à ameaça de fogo ontem em sei lá qual estação. Vou chegar em Paris atrasado, mas pelo menos parto hoje.

domingo, março 04, 2007

Alerta aos dentistas: NÃO leiam essa história!

Alerta às pessoas sensíveis para que não continuem a ler esse texto. Principalmente aos dentistas, pois não garanto as consequências causadas devido à continuação da leitura.

Num paralelo com a história anterior em que contei que dei um treinamento para estrangeiros que mudarão para o Brasil, esqueci de mencionar que um dos fatos relatados pelos estrangeiros é que nós Brasileiros somos preocupados com a higiene: tomamos banho todos os dias, trocamos de roupa, escovamos os dentes 3 vezes por dia, etc. Convenhamos, nada mais normal que isso, não? Eu iria mais longe e diria inclusive que se tratam de regras básicas para um bom convívio social. Mas parece que nem todas as culturas pensam da mesma forma.

Por exemplo, não creio que o hábito do fio-dental seja tão comum aqui na França como é aí no Brasil. Digo isso devido à falta de opções quando queremos adquirir o tal produto por aqui. Aí no Brasil nos perdemos diante da variedade de tipos e marcas, aqui na França tem uma caixinha azul, sem marca com um fio-dental terrível que machuca a gengiva e que uma vez se rompeu enquanto eu usava nos dentes do fundo e não vale a pena discorrer aqui o tempo que levou para eu tirar o maldito fio do meio do meu dente.

Enfim, ao saber que um conhecido viria da Alemanha aqui para Paris, supliquei: “Será que você poderia me trazer um fio-dental Oral B Satin, pois não encontramos por aqui?”.

Três dias depois, o tal colega chega aqui em Paris e diz “Aqui está o fio-dental, trouxe 3 ao invés de 1 (eu pulei de alegria!), tive que percorrer 6 farmácias até encontrá-lo”.

Uma vez dito isto, ele solta: “Mas me fala uma coisa, como é que você usa isso? Sabe o que é, eu nunca usei antes”. Diante da minha cara de assombro, ele completa “Será que eu posso observar quando você usar hoje para ver como funciona?”.

Dispensa comentários. Nem queiram imaginar o estado dos dentes do sujeito.

Moral da história: eu acabei mostrando como eu passo o fio-dental, mas ele fez uma cara “meio” de nojo e se retirou logo. Devia ter seguido a sugestão do Renato: abrir o fio-dental, passar no meio da bunda dele e ter dito “então, no Brasil esse é o famoso fio-dental, você está pronto para ir tomar sol em Ipanema!”.