sexta-feira, julho 21, 2006

Texto da Juliana Silva

Recebi esse texto por e-mail da minha amiga Juliana Alves da Silva, comentando sobre os textos abaixo do blog.

Ju, obrigado por essa carta e também por me deixar publicar.

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Entre a ética e a guerra

Olá Alan, estou com saudades...

Ontem entrei com a Dani no seu diário e lemos seus textos. Três deles me chamaram a atenção. Primeiro a situação vivida na sala de aula...(nunca havia ouvido falar sobre a teoria (??), minha irmã me explicou mais ou menos), o que me interessou foi a falta de integridade da sua colega, a guerra não declarada de mercado, que gera falta de confiabilidade, companheirismo, visão de bem estar comum, possível mesmo numa sociedade de mercado... e é aí, na fragilidade de caráter que se abre caminho para as mais bestiais situações de vida. Pensei que diante sua postura, é ainda possível viver melhor ou mais do que isso, conviver e se possível, cada vez melhor.

Sentado no metrô, para quem ousa, é possível viver e reviver várias vidas, e extrair de cada existência, em cada simplicidade de vivências, um melhor jeito de viver. Talvez sua colega do MBA sente também no metrô, no mesmo lugar, do mesmo jeito e o utilize única e simplesmente como meio de transporte, onde a avidez pelo sucesso não permita a viagem dentro de si mesmo. Isso é um vazio. Pensei em tudo isso, e pude enxergar a cabeçada de Zidane...um outro vazio...se para ele era ultrajante as ofensas dirigidas as mulheres de sua família, seria no mínimo bom senso, ignorar. Pergunto-me se, já que havia a necessidade sobrepujante de vingança, não seria igualmente ofensivo devolver as ofensas? No entanto, dou-lhe uma cabeçada...Ainda, não satisfeita e envolta pelas suas palavras, novamente considerei...não teriam começado com cabeçadas as guerras? Senti sua solidariedade e acredito que até indignação diante do absurdo insondável que ocorre no Líbano. Lembrei-me de quando minha irmã maravilhada viu a reconstrução do país, numa exposição (acho).

Pensei que, ao voltar as aulas, terei que resgatar os cartões por você enviados e contar às crianças que parte daquilo que os encantou está destruído, que há pessoas morrendo e tristes, desesperadas; que lá é a terra natal do Mike e que moram seus parentes e amigos, e que todo esse mal, são nada mais, nada menos que cabeçadas, avidez, falta de generosidade. Talvez por não saberem (eles – os feitores de guerra), o que é sustentar a ética, o caráter, a inteligência. Talvez por que não sejam capazes de sentar no metrô e sorrir, simplesmente inebriado pela bela viagem que alguns podem fazer pelo que há por dentro de si.
Bjs..

Juliana (irmã da Dani)

P.S.: Diga ao Mike que rezamos por sua mãe, irmãos e pelo seu povo. Salam.
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3 comentários:

Anônimo disse...

Meu bem,

Tá vendo escrever bem está no sangue, quem sabe um dia eu chegue lá!!!!!

Bjsss

PS viu, deixei comentário

Marlene Maravilha disse...

Muito bom este post e cheio de razões sérias de carater. Que bom quando descobrimos o que existe de sensato e correto dentro de nós!
A vida deveria ser: "A começar em mim..."
beijos

Anônimo disse...

sorry, nao vou fazer um comentário bem sério sobre ética e a guerra.
Alan, darling, danke schön! danke sehr!
gros bisous!