segunda-feira, setembro 11, 2006

Eu tinha certeza!!

O padre está distribuindo o cálice para os diáconos que irão auxiliá-lo na comunhão quando as 3 adentram corredor da Notre-Dame adentro. A primeira, talvez com pouco mais de 40, cabelo tingido de loiro, sei lá o que vestia. A segunda, talvez da mesma idade ou um pouco mais velha, porém de pele mais escura e cabelo moreno. A terceira, uma senhora com mais de 60 anos, gorda, pele morena e cara de feliz.

Mesmo com a parte da frente da catedral quase lotada, elas chegam no final da missa, mas querem sentar lá na frente! Quase trombam com os diáconos no corridor quando decidem enfim escolher um lugar para sentar. Só haviam dois lugares vagos, a senhora gorda foi a primeira a entrar na fileira junto com a morena e a loira ficou virando em volta tentando achar um lugar pra ela. Finalmente desistiu e resolveu se juntar às outras duas que já estavam acomodadas e encontrou conforto nos olhos da senhora gorda que fazia um sinal do tipo “Pode vir aqui com a gente, nós damos uma espremedinha”. E foi literalmente isso mesmo que ela fez – deu uma bundada no sujeito sentado do lado dela e a loira logo se acomodou e sacou a máquina fotográfica para tirar uma foto do altar. Com flash! Os diáconos quase caíram...

Não chegaram nem a sentar e logo já se puseram na fila para a comunhão. Achei engraçado porque tanto minha mãe como nas aulas de catecismo sempre soube que para a missa ser válida e poder comungar, a gente precisa de uma certa preparação e um ligeiro atraso é até compreensível, desde que se chegue na igreja antes do evangelho. Sei lá, acho que a professora de catecismo delas era diferente.

E lá se foram as 3, felizes e contentes para comungar. Missão cumprida, o padre deseja um bom domingo a todos e elas saem faceiras pela corredor, mergulham a mão no pote com água benta, benzem a si mesmas e a morena então dispara “Ai, que sensação de paz” num português bem brasileiro seguido de um “Mãe, toma cuidado pra não cair aí na entrada” para que a senhora gorda não acabe com a festa da viagem e a sensação de paz incrivelmente obtida com os 8 min. 27 seg. de missa que elas assistiram na Catedral Notre Dame de Paris no último domingo.

11 comentários:

Anônimo disse...

Cuidado, meu irmão, com os seus textos... todo tipo de generalizações pode ser perigoso! Por ser brasileiro, vc com certeza tem maior atenção com o seu povo; de qualquer forma, inteligente e perpicaz como sei que vc é, algum tipo de comentário escrito pode passar uma imagem de intolerância.
Um grande abraço, Adam.

Alan disse...

Adam, eu geralmente não respondo aos comentários por aqui, porém creio que preciso esclarecer algo aqui.

Depois de viajar muito nos últimos anos, estudar com pessoas de quase 50 países na Dinamarca e agora aqui na França e morar fora do Brasil; intolerância é uma palavra completamente fora da minha lista.
E devido a esse fato, a minha percepção de nacionalidades é bem aguçada e consigo identificar as características de um povo. Claro que nada pode ser generalizado, mas existem coisas que fazem parte da maneira como age um povo, características físicas que indicam de que parte do globo eles vêm, etc. Nesse caso do texto, era fácil dizer que as tais senhoras não eram francesas - dificilmente eles fariam isso e se o fizessem, seria para mim uma grande surpresa e cairia fora dos tais padrões que falei acima. E além do mais, tem o fato de estarem com uma máquina fotográfica, que indicava que eram turistas e terceiro, as características físicas.

O que estou tentanto dizer também é que cada povo tem suas peculiriadades - positivas e negativas - e nós temos as nossas. Aliás, pode parecer clichê, mas eu tenho muito orgulho de ser brasileiro, então a intenção aqui não é de crítica.

Não quero de forma alguma repudiar o nosso país, mesmo se acho a atitude das senhoras pouco apropriada para uma igreja.

A única intenção do texto é a de divertir, garante o próprio autor!

Um grande abraço e vem logo porque eu estou com saudades!

Vick disse...

Alan, concordo com você. Brasileiro pé na jaca a gente reconhece de longe, em Paris, Miami ou Dubai! E como diria meu avô: é foda!!!

Acho que o próprio orgulho em sermos brasileiros é que nos dá esta sensaçao de vexame alheio, como se fossem membros da família queimando o nosso filme!

Anônimo disse...

Oi Alan, é primeira vez q comento o seu Blog, mas nao posso dixar de concordar com vc q qdo a gente mora fora por muito tempo, a gente percebe de longe as nossas particularidades de brazucas!! E o pior é q as vezes a gente percebe q os brasileiros sao muito espaçosos e indiscretos, o q faz com a gente logo se reconheça. Ou sera os europeus muito reprimidos? RSSS

BJs

P.S. Ainda nao tive tempo de ir comprar o ingresso pra OPERA!

Anônimo disse...

Nenem, voce capricha mesmo..
Dah ateh pra imaginar a sua cara vendo tudo isso...
A experiência que tive com brazucas em Copenhagen não foi diferente... mico geral!
Saudades.

beijos,
Egle

Renato disse...

Amem!!!
Amuei!!! :-)
Voce deveria publicar esses contos!

RM disse...

Também adorei!!! Nao sumi, nao... até já tinha lido esse texto no dia que vc colocou! É que ando atrapalhada... preciso de um favor, pede pro Re ler o gmail dele URGENTE! merci! ;-)
Por aqui tudo ótimoooo! Consegui um ap que é o máximo! Tem até sacada! hehehe! Depois conto detalhes, to na correria.
Beijos e até dia 06 - chego de manha. Mando detalhes outra hora. :-))

Marlene Maravilha disse...

Alan, quer dizer que estás com visitas de novo???
Bem, é pra dizer ao Re e Rodrigo para ligarem em casa aqui no Brasil, de preferencia logo,pq a família irá num casamento no sábado em Campinas-SP, por favor.
Td bem?
O post está sui-generis.
Bjo

Anônimo disse...

Alan vc esta LINDO nesta foto.
beijos

RM disse...

hum, gostei da foto do perfil.... realmente faltava isso aqui no blog ;-)
beijinhos!

Anônimo disse...

Quando coemecei a ler, já tinha certeza absoluta da nacionalidade das três mocinhas. Hahahahaha!!!! Muito bom!
Beijos, saudade

Paola